“BC Protege+” tem bons resultados, mas é apenas mais uma camada de proteção, avalia especialista em segurança digital
Por João Brasio*
Mais de 1.600 tentativas de abertura de contas fraudulentas foram realizadas só nos dois primeiros dias de funcionamento do serviço “BC Protege+”, ferramenta de proteção desenvolvida pelo Banco Central contra golpes digitais, permitindo que qualquer cidadão ou empresa informe aos bancos e demais instituições do sistema financeiro se tem interesse ou não em abrir contas naquele momento. O êxito observado, no entanto, é apenas mais uma camada de proteção. Ou seja, não deve ser encarado como solução de todos os problemas.
Para o especialista em segurança digital João Brasio, CEO da Elytron CiberSecurity, o “BC Protege+” é um passo importante na direção certa, mas é fundamental entender que outras medidas adicionais são indispensáveis para garantir melhor proteção. “A efetividade de longo prazo depende de um ecossistema inteiro trabalhando de forma coordenada, com todos tratando segurança não como um projeto pontual, mas como um pilar permanente da experiência financeira no Brasil”, defende Brasio.
O especialista aponta que, para reduzir de forma consistente o volume de tentativas de golpes, outras iniciativas devem ser agregadas, combinando esse tipo de mecanismo com, entre outros processos, análise de comportamento em tempo real, uso intensivo de inteligência artificial na detecção de anomalias, compartilhamento ágil de informações entre instituições, melhoria contínua nos processos de onboarding digital e campanhas fortes de educação financeira e digital para a população.
“Para de fato combater ataques criminosos contra o sistema financeiro, é importante que haja essa integração entre bancos, fintechs, empresas de tecnologia e o próprio cidadão. Com todos tratando segurança não como um projeto pontual, mas como um pilar permanente da experiência financeira no Brasil”, conclui o CEO da Elytron CiberSecurity, que recebeu este mês, em Brasília, a “Medalha de Mérito Legislativo” pelos serviços de segurança digital oferecidos a instituições como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.
*CEO da Elytron CiberSecurity / Foto: Serviços do BC
