Atividade física pode ser aliada no controle da asma – Com os cuidados certos, treinos regulares ajudam a melhorar a função pulmonar e a qualidade de vida de pacientes asmáticos

Com os cuidados certos, treinos regulares ajudam a melhorar a função pulmonar e a qualidade de vida de pacientes asmáticos

 

Respiração curta, peito apertado, tosse constante. Para quem convive com a asma, esses sintomas são parte de uma rotina que pode ser desafiadora. Estima-se que a doença atinja cerca de 20 milhões de brasileiros e que 5 a 10% deles convivem com a forma grave da doença, de acordo com o Registro Brasileiro de Asma Grave (Rebrag), e 262 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da prevalência, ainda há muito desconhecimento sobre como lidar com a condição — especialmente quando o assunto é a prática de exercícios físicos.

 

Historicamente vista como um impeditivo para atividades físicas, a asma, na verdade, pode ser controlada e até atenuada com uma rotina regular de movimentação. Essa é a avaliação do pneumologista Daniel Bretas, cooperado da Unimed-BH. “Pessoas com asma podem, sim, praticar atividade física regularmente. Mas é importante tomar precauções e seguir orientações médicas para evitar crises. O mais importante é entender que o sedentarismo pode ser ainda mais prejudicial”, afirma.

 

A escolha da atividade ideal faz diferença. Segundo o médico, que também é presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica, exercícios de baixo impacto como caminhada, corrida leve, ciclismo e, especialmente, a natação, tendem a ser mais indicados. “A natação, por exemplo, oferece um ambiente úmido que ajuda a reduzir a irritação das vias respiratórias. Já atividades ao ar livre em dias de alta poluição ou com grande concentração de pólen, ou ainda em ambientes frios e secos, podem representar riscos”, explica.

 

Antes de vestir a roupa de treino e sair por aí, no entanto, é preciso preparação. Um erro comum, segundo o pneumologista, é começar a se exercitar sem orientação e sem ajustes na medicação. O ideal é seguir um protocolo que inclua aquecimento gradual, hidratação adequada e, quando necessário, o uso de medicamentos prescritos antes da atividade física. “Essas medidas ajudam a preparar o corpo e reduzem o risco de broncoespasmo induzido pelo exercício”, ressalta Bretas.

 

Durante a prática, é essencial estar atento aos sinais do corpo. Dificuldade para respirar, tosse persistente, chiado ou dor no peito são sinais claros de que algo não vai bem. “Esses sintomas indicam que o paciente deve parar imediatamente a atividade e, se necessário, buscar atendimento médico”, orienta o especialista.

 

Mais do que um benefício pontual, a prática regular de atividade física pode melhorar significativamente a qualidade de vida de quem tem asma. Há ganhos na função pulmonar, na resistência física e até na saúde mental. “O exercício ajuda a controlar os sintomas, melhora o desempenho do sistema respiratório e traz benefícios emocionais importantes, o que influencia diretamente no controle da doença a longo prazo”, explica o pneumologista.

 

A boa notícia é que esses benefícios estão ao alcance da maioria dos pacientes, desde que haja acompanhamento médico, educação sobre a condição e comprometimento com o plano de cuidados. “Muita gente começa a praticar atividades físicas e, por se sentir melhor, abandona os medicamentos por conta própria. Esse é um erro grave”, alerta o médico. Ele também destaca a importância de manter o cartão vacinal atualizado, já que infecções respiratórias são gatilhos comuns para crises de asma.

 

Controlar a asma não é apenas sobre evitar crises, mas sobre viver com mais liberdade e autonomia. “Com a combinação certa de tratamento, autocuidado e exercício físico, o paciente com asma pode levar uma vida plenamente ativa, com segurança e bem-estar”, finaliza o cooperado da Unimed-BH, Daniel Bretas.

 

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