Pesquisa mostra queda persistente do endividamento do consumidor em Belo Horizonte

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte em maio caiu 0,5 ponto percentual em relação a abril, chegando a 86,4%. A queda no endividamento dos belo-horizontinos prossegue ininterrupta desde janeiro deste ano e chega até a fatura do cartão de crédito.
O total de consumidores com contas em atraso no mês passado ficou em 52% com oscilação positiva de 0,1% ponto percentual, o que representa estabilidade na comparação com abril.
O total de famílias que não terão condições de quitar as dívidas no mês seguinte caiu de 23,8% para 21,3%, queda de 2,5p.p. entre um mês e outro. Já as famílias superendividadas, condição que atinge aquelas com mais de 50% da renda comprometida com compromissos financeiros, caiu de 27,6% em abril para 24,8% em maio, uma redução de 2,8%p.p. Considerados os consumidores de Belo Horizonte, 40,9% admitem que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas no mês seguinte; eram 45,8% em abril.
Quando consultados individualmente, 45,4% dos consumidores de Belo Horizonte informam que estão pouco endividados, sendo que o número de muito endividados recuou 4,5p.p., de 17,9% para 13,4% de um mês para outro. As dívidas mencionadas referem-se a cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carros e seguros.
Até mesmo o endividamento no cartão de crédito, que sempre lidera os compromissos financeiros, teve recuo entre as famílias da capital, saindo de 95,6% em abril para 94,2% em maio. Entre as famílias que ganham até 10 salários-mínimos, caiu de 95,0% para 93,7% e acima dessa faixa de renda, de 99,6% para 97,0%. Em maio, as dívidas no carnê também caíram nos dois grupos de famílias, nas de renda menor, de 33,6% para 30,2% e, entre aquelas com renda acima de 10 mínimos, de 19,9% para 19%.
Entre as famílias com contas pendentes em maio, 44,5% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 61,8 dias. O período de endividamento é igual ou superior a 90 dias para 78,2% das famílias e o tempo médio de comprometimento de renda é de 7,7 meses, era de 7,9 meses em abril.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca que essa redução no endividamento e na inadimplência é um bom termômetro para as expectativas de consumo na capital mineira. “Notamos que desde o início do ano o endividamento tem caído em BH e isso é bom para os setores do comércio de bens, serviços e turismo, visto que o consumidor vai ficando aos poucos menos cautelosos na hora de consumir. Acrescido a isso, a redução do endividamento pode estar atrelada ao aumento de renda das famílias, que passam a fazer compras à vista e pagar seus compromissos financeiros em dia”, explica Martins.