Confiança do empresário do comércio recua, mas maioria diz que vai contratar

Confiança do empresário do comércio recua, mas maioria diz que vai contratar

De acordo com a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, analisada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte, o indicador recuou 1,8 ponto em outubro, chegando aos 97,5 pontos. Ainda assim, mais de 60% das empresas indicam que vão aumentar o quadro de empregados.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC).

A pesquisa de outubro mostra os dois grupos de empresários entrevistados, com até 50 empregados e acima desse número de colaboradores, com o nível de confiança abaixo dos 100 pontos.

Os segmentos do comércio de bens, com exceção de duráveis, ultrapassaram os 100 pontos atingindo o nível de confiança, com destaque para os semiduráveis: 103,7 pontos.

Condições atuais da economia, do comércio e das empresas

No mês de outubro, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) recuou 0,9 ponto, atingindo aos 72,9 pontos. Empresas com mais de 50 empregados mostraram maior confiança em relação às condições atuais da economia do país.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos empresários do comércio considera que a condição atual da economia piorou (77,6%). O percentual é menor para os empresários de empresas de menor porte, com menos de 50 funcionários (77,5%)

Houve piora nas condições atuais do comércio conforme 67,1% dos empresários. Houve um aumento de 1,3 p. p. de empresários com percepção de piora nas condições atuais do setor se comparado outubro a setembro. As empresas que comercializam bens duráveis são as que mais perceberam piora.

A percepção de piora da própria empresa reduziu 1,7 p.p. em relação a setembro, ainda assim 51,5% afirmaram que houve piora. Entre os empresários com até 50 empregados, 51,5% perceberam piora das condições do estabelecimento, o que ocorre para 51,3% daqueles com mais de 50 empregados.

Expectativa para economia, o comércio e a empresa

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) fechou, no mês de outubro, em 119,2 pontos, valor inferior ao observado em setembro (122,1). Empresas de menor porte, com até de 50 empregados, mostraram-se mais otimistas do que as de maior porte.

Na comparação com setembro, os empresários do comércio estão menos otimistas quanto à situação econômica futura do Brasil. Em outubro, 52,7% estimaram melhora em relação ao cenário econômico, resultado 1,4 p.p. inferior ao observado no mês anterior.

A confiança em relação à melhora do cenário para o setor teve recuo em relação a setembro, saindo de 66,1% e chegando a 65,9% em outubro.

De acordo com a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, o recuo de 1,8 ponto no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) em outubro reflete os impactos persistentes da política monetária contracionista adotada pelo Banco Central. “Hoje os empresários têm sentido o impacto dos juros elevados e do alto nível de endividamento das famílias, que têm pressionado o consumo e gerado cautela no setor. Apesar deste cenário, o dado aponta que mais de 60% dos empresários pretendem contratar, o que revela uma expectativa positiva quanto à recuperação gradual da atividade comercial, incentivado pelas datas comemorativas do final do ano”, explica Gonçalves.

Mesmo diante da percepção de piora nas condições atuais da economia e do comércio, especialmente entre empresas de menor porte e do segmento de bens duráveis, os empresários seguem investindo e ajustando seus estoques, o que demonstra uma aposta estratégica na retomada do consumo e na melhoria do ambiente econômico nos próximos meses.

Ainda alta, a expectativa dos empresários para as suas empresas apresentou uma retração chegando a 77,6% os que disseram acreditar que as vendas irão melhorar. Houve queda de 2,4 p.p. da mesma resposta na comparação com o mês anterior.

Contratações, nível de investimento e estoques atuais

O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) fechou, no mês de outubro, em 100,5 pontos, abaixo dos 102,0 pontos de setembro.

A intenção de contratar se mantém para a maioria dos empresários com a sinalização de 60,2% indicando que farão admissões. Entre as empresas com até 50 empregados, 60,0% têm a intenção de aumentar o número de funcionários.

O nível de investimentos está maior para 46,9% das empresas em outubro, superior ao observado em setembro (46,7%). Para 50,0% daquelas de maior porte, o nível de investimentos é maior, apresentando aumento em relação ao apurado no mês anterior.

Conforme 59,9% das empresas, elas encontram-se no nível de estoques adequado. Para 22,5%, há excesso de produtos e para 16,6% faltam itens.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.