Atendimento sigiloso e humanizado: Bem-Me-Quero protege e apoia mulheres vítimas de violência

Com atendimento sigiloso e humanizado, o lugar oferece suporte psicossocial, psicológico e jurídico
Há quem diga e/ou acredite que a violência contra a mulher é somente física. Contudo, é algo que vai muito além, se encaixando em outras formas, como patrimonial, moral, psicológica e sexual. Para proporcionar atendimento e acolhimento a essas mulheres, a Prefeitura de Contagem conta com o Centro Especializado de Atendimento à mulher vítima de violência doméstica e familiar (Ceam Espaço Bem-Me-Quero), que oferece suporte psicossocial, psicológico e jurídico.
Após escuta técnica, uma equipe avalia quais encaminhamentos serão precisos para cada caso. O local, localizado na rua José Carlos Camargos, 218, no Centro, tem assistência sigilosa e não gera qualquer tipo de denúncia.
O serviço é referência na região metropolitana e, até mesmo, no estado.
“Nosso compromisso é garantir que todas as mulheres vítimas de violência doméstica
tenham acesso a um espaço seguro e acolhedor, onde possam receber apoio,
orientação e o encaminhamento necessário para superar momentos difíceis.
Estamos trabalhando diariamente para fortalecer esses serviços e ampliar
o atendimento, porque a segurança e o bem-estar das mulheres são uma
das prioridades desse governo”.Neimara Lopes, superintendente de políticas públicas para a mulher.
Para facilitar o acesso ao serviço, por meio das políticas públicas de inclusão, o Bem-Me-Quero oferta o Vale Social de Transporte. Para ter direito ao benefício, a pessoa passa por uma análise técnica individual no primeiro atendimento com uma equipe, que avalia cada caso, a partir do preenchimento e assinatura de um formulário. O benefício é concedido pelo Programa “Mais Direitos Humanos”, por meio do Termo de Colaboração 002/2022, entre a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, o Instituto de Promoção Humana, Aprendizagem e Cultura (Iphac) e o Consórcio Ótimo de Bilhetagem Eletrônica. De janeiro a maio de 2025, foram realizados 877 atendimentos.
Tipos de violência
O art. 5º, da lei 11.340/06, revela que “configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. São formas de violência segundo o art. 7º: a física, a psicológica, a sexual, a patrimonial e a moral.
Violência física
É toda conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher, por exemplo: espancamento, chutes, socos, tapas, beliscões, empurrões; atirar objetos; sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento; lesões com objetos cortantes ou perfurantes; ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo; além de várias outras formas de agressões físicas.
Violência psicológica
É toda conduta que ofenda a integridade ou saúde psicológica da mulher, tais como: isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes); distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade; limitação do direito de ir e vir; tirar a liberdade de crença; perseguição insistente; vigilância constante; ridicularização; insultos; chantagem; exploração; ameaças; constrangimento; humilhação; manipulação.
Violência sexual
É qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força, como por exemplo: estupro; obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa; impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar; forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação; limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.
Violência patrimonial
Consiste em qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades, tais como: controlar o dinheiro; deixar de pagar pensão alimentícia; destruir documentos pessoais; furto, extorsão ou dano; estelionato; privar de bens, valores ou recursos econômicos; causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste.
Violência moral
É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, como exemplo: acusar a mulher de traição; emitir juízos morais sobre sua conduta; fazer críticas mentirosas; expor a vida íntima; rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole; desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.
Ceam Espaço Bem-Me-Quero
É um espaço da Prefeitura de Contagem, vinculado à Secretaria da Mulher e da Juventude, que acolhe, atende, orienta e encaminha mulheres para a rede de atendimento do município. O acolhimento é sigiloso, tendo como objetivo auxiliar a mulher, fortalecer e encontrar alternativas para superar a situação de violência. São oferecidos atendimentos psicossociais e jurídicos que, após escuta técnica, avalia quais encaminhamentos serão necessários para cada caso.
Podem ser acolhidas mulheres acima de 18 anos, que residem em Contagem, e que estejam em situação de violência doméstica e familiar baseadas no gênero. Todo o atendimento realizado é embasado na lei 11.340/06 – “Lei Maria da Penha”.
Endereço: Rua José Carlos Camargos, 218, Centro – Contagem
Contato: 3352-7543 / 97306-4310
Atendimento: segunda a sexta-feira – 8h às 17h
O que fazer em situação de violência?
Ir para um local seguro e pedir ajuda.
Ligar 190 – Polícia Militar ou procurar uma delegacia mais próxima.
Ligar 180 – Central de Atendimento à Mulher: serviço gratuito e confidencial que tem como objetivo receber denúncias de violência, reclamações e prestar orientação sobre os serviços de atendimento à mulher.