O avanço tecnológico no tratamento do câncer de fígado e outros tumores

Radiologia intervencionista oferece alternativas menos invasivas, seguras e eficazes, inclusive em casos complexos como o de fígado
A radiologia intervencionista vem se consolidando como uma importante aliada no enfrentamento do câncer, com técnicas guiadas por imagem que oferecem alta precisão, menor impacto ao corpo e recuperação mais rápida. Entre as aplicações, destaca-se o tratamento do câncer de fígado, especialmente o carcinoma hepatocelular (CHC), uma das formas mais agressivas e silenciosas da doença.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de fígado está entre os dez tipos mais comuns entre os homens no Brasil, com estimativa de 10.640 novos casos anuais até 2025. O grande desafio é que, na maioria das vezes, o diagnóstico acontece tarde, porque os sintomas costumam ser discretos, como cansaço, falta de apetite e desconforto na barriga, ou até mesmo inexistentes. Entre os principais fatores de risco estão a cirrose, as hepatites B e C, o consumo excessivo de álcool e, mais recentemente, a doença hepática gordurosa associada a distúrbios metabólicos (MASLD), caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado relacionado a problemas como obesidade, diabetes e colesterol alto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a infecção crônica pelos vírus das hepatites B e C ainda é o fator mais importante para o desenvolvimento do CHC.
Em determinadas fases do câncer de fígado, especialmente quando o objetivo é controlar o crescimento do tumor e preservar a função hepática, a radiologia intervencionista oferece opções com resultados muito positivos. A quimioembolização transarterial (TACE), por exemplo, entrega a quimioterapia diretamente no tumor, o que reduz os efeitos colaterais no restante do corpo e aumenta a eficácia no local da lesão, segundo a Society of Interventional Radiology (SIR). Outra técnica é a ablação térmica percutânea, que utiliza uma agulha fina para conduzir calor até o tumor, destruindo as células cancerígenas com o mínimo de dano ao tecido saudável ao redor. De acordo com o National Cancer Institute (NCI), essas terapias podem ser especialmente eficazes para pacientes com tumores localizados ou inoperáveis, ajudando a prolongar a sobrevida e a qualidade de vida.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), Dr. Lucas Monsignore, “a radiologia intervencionista não é apenas diagnóstica; ela representa um braço terapêutico altamente eficaz da medicina de precisão”. Ele destaca que técnicas como quimioembolização, diferentes métodos de ablação, embolizações e biópsias guiadas por imagem são empregadas em diferentes fases do câncer, “oferecendo alternativas eficazes e menos agressivas, especialmente para pacientes cuja condição clínica torna o tratamento convencional de alto risco”.
Além de promover avanços técnicos, a Sobrice investe na educação médica continuada e incentiva a pesquisa científica, ampliando o acesso a soluções modernas e seguras em oncologia intervencionista.
Sobre a SOBRICE
A SOBRICE – Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular, nasce do Clube dos Angiografistas, um encontro científico informal entre profissionais da área para discutir casos clínicos. E é este espírito que a associação, fundada em 1997, mantém ao conectar os médicos intervencionistas, promovendo o intercâmbio de experiências, a inovação das práticas e a divulgação da radiologia intervencionista junto à sociedade.
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