O papel da arte na construção da memória da tragédia de Brumadinho é tema de roda de conversa gratuita com artistas

O papel da arte na construção da memória da tragédia de Brumadinho é tema de roda de conversa gratuita com artistas
Evento em 22 de julho, na Estação Cidadania, em Brumadinho, vai reunir as experiências de personalidades diversas como artista francês, músico, escritora e professora, além de representantes das famílias das vítimas do rompimento da barragem 

Desde os primórdios, os seres humanos se reúnem em volta da fogueira para compartilharem suas vivências. No dia 22 de julho, a partir das 19h, a Roda de Conversa “Memória não morrerá: arte e narrativas — o Legado de Brumadinho” também será assim.

O artista francês Saype, um dos 30 mais influentes da nova geração, indicado pela Revista Forbes, estará em Brumadinho para oferecer reflexões sobre o poder da arte como articulação de ações transnacionais. Criador do Projeto “Beyond Walls”, Saype falará dos objetivos do seu trabalho e o motivo de incluir a cidade entre as 30 do mundo que receberão suas obras.

A escritora Carla Madeira

Carla Madeira, a segunda escritora brasileira mais lida em 2021, trará o poder das narrativas na construção de uma consciência mais humana e solidária.

Músico Sérgio Pererê

Ao redor da fogueira, também estará presente o músico e compositor Sérgio Pererê, um dos maiores representantes da música afro-latina. Além de compartilhar suas vivências sobre o poder da arte na transformação social, Pererê cantará três músicas escolhidas especialmente para o encontro.

Professora Maria Fernanda Salcedo

O tema do dano existencial causado pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão estará na fala da Profa. Dra. Maria Fernanda Salcedo. Ela coordena o Programa Polos de Cidadania da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e é hoje uma das principais pesquisadoras dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

Josiane Melo é da AVABRUM

A representante da AVABRUM (Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho), e engenheira Josiane Melo, defende o papel da arte na amplificação da voz e luta para que novas mortes e danos ambientais não aconteçam em função do agir predatório das mineradoras. Ela também estará na roda de conversa trazendo suas vivências.

Na abertura, o coletivo de saraus da Região Metropolitana de Belo Horizonte nos trará poesia e slam para aquecer momentos memoráveis que farão parte do acervo cultural construído pelo Projeto Legado de Brumadinho*.

Memória não morrerá

A Roda de Conversa “Memória não morrerá: arte e narrativas — o Legado de Brumadinho” é uma das muitas ações culturais promovidas pelo Legado de Brumadinho*, projeto em memória do maior acidente de trabalho do Brasil, na tentativa de estabelecer uma nova mentalidade na sociedade sobre a importância das políticas de saúde e segurança no trabalho.

No domingo, dia 24, outra ação do projeto com a participação de Saype será um grande abraço coletivo. O artista francês, um dos maiores talentos da nova geração de “land art” (arte com e na natureza), apresentará sua obra em dimensões gigantescas no campo de futebol do Córrego do Feijão, em frente à igreja de Nossa Senhora das Dores. Ao redor, a partir das 16h30, a população de Brumadinho e região poderá se unir em um grande abraço coletivo de afeto, solidariedade e luta por justiça.

SERVIÇO

Roda de Conversa “Memória não morrerá: arte e narrativas — o Legado de Brumadinho”

Quando: 22 de julho

Horário: 19 horas

Onde: Estação Cidadania – Rua A, 673-325, em Brumadinho.

Entrada franca e transmissão ao vivo pelo Site Legado de Brumadinho.

 

*Projeto realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da Barragem em Brumadinho em 25/01/2019, que ceifou 272 vidas.