Obesidade: especialistas do HC-UFU/Ebserh reforçam importância do tratamento adequado e do combate ao preconceito

Obesidade: especialistas do HC-UFU/Ebserh reforçam importância do tratamento adequado e do combate ao preconceito

Doença é questão de saúde pública e afeta qualidade de vida

Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo, a obesidade afeta o metabolismo, gerando diversas consequências, podendo ser de ordem genética, distúrbios hormonais, sedentarismo, maus hábitos na alimentação, entre outros. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada oito pessoas no mundo são obesas, dado que escancara uma questão de saúde pública.
No Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC‑UFU), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), pacientes diagnosticados com obesidade têm acesso a um tratamento integral e humanizado, promovido por equipes multidisciplinares em consultas ambulatoriais, cirurgias, se for o caso, e acompanhamento clínico. Somente em 2025, 104 pacientes com obesidade, de Uberlândia e da região do triângulo Mineiro, passaram por consulta na unidade para avaliação da necessidade de realização da cirurgia bariátrica.
Combate aos preconceitos e atendimento adequado

O Dia Mundial de Prevenção da Obesidade, celebrado em 11 de outubro, é uma data que marca a necessidade de conscientização sobre prevenção, tratamento e combate aos preconceitos relacionados à doença. O médico endocrinologista da Unidade de Clínica Médica do HC-UFU, Ricardo Rodrigues, ressalta que a obesidade não é apenas uma questão de saúde física, mas também um problema social e carregado de estigmas. “O preconceito em relação à obesidade impacta a vida do indivíduo de diversas maneiras, seja na infância ou vida adulta. Na parte física, a obesidade traz diversos agravos à saúde e predispõe outras doenças como Diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, cânceres, entre outras”, explica.
Quando o assunto é prevenção e controle da doença, existem ferramentas que podem colaborar. “Cuidar da parte hormonal, adotar hábitos de vida saudáveis, a prática de atividades físicas, calcular o gasto calórico de cada pessoa é essencial. Precisamos entender que são diversos os fatores que contribuem para esta doença crônica: genética, epigenética, hábitos, questões hormonais, e há casos raros de obesidade monogênica (gene alterado que leva à obesidade), por isso, existem diferentes recursos”, ressalta o especialista.
Os critérios para o diagnóstico da obesidade podem ser baseados no cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), além de medição da circunferência abdominal e avaliação de outros itens. Ao perceber um aumento significativo de peso sem causa aparente, orienta-se buscar atendimento gratuito na Unidade Básica de Saúde (UBS), através do Sistema Único de Saúde (SUS), para os devidos atendimentos e encaminhamentos, se for o caso.
HC-UFU: referência em atendimento especializado

O tratamento para a obesidade envolve a soma de mudança de hábitos, acesso a alimentação saudável e, em alguns casos, a necessidade do uso de medicamentos e de intervenções cirúrgicas.
Além do atendimento ambulatorial, o HC-UFU é referência em cirurgias bariátricas. Os pacientes atendidos que possuem indicação para essa intervenção e cumprem os critérios médicos estabelecidos são acompanhados antes e após o procedimento. De 2020 a 2025, já foram realizadas 203 cirurgias bariátricas no hospital, sendo que no ano de 2025 já foram realizadas 23 intervenções desse tipo.
“O atendimento multidisciplinar com médicos, psicólogos, nutricionistas e demais profissionais é fundamental para o sucesso no tratamento, pois o emagrecimento depende de diversos fatores e impacta a vida do paciente. São inúmeras mudanças corporais e emocionais, na autoestima, nas ações, no entendimento dos gatilhos para compulsões em casos de transtornos alimentares, além da necessidade de adequação no cardápio de acordo com a rotina e necessidade de cada indivíduo”, destaca Ricardo.
Sinal de alerta

A busca por atendimento adequado pode transformar a saúde e a qualidade de vida dos pacientes. Atualmente, o uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer ou a procura por intervenções cirúrgicas sem o devido acompanhamento acende um alerta.
“As medicações e demais opções de tratamento são recursos importantes no processo de emagrecimento, mas devem ser prescritas, orientadas e acompanhadas de forma personalizada. A banalização e o uso inadequado são sempre prejudiciais, afinal, a automedicação pode causar diversos danos à saúde”, enfatiza o endocrinologista.
Rede Ebserh

O HC-UFU faz parte da Rede Ebserh desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 

 

Foto: enviado sem crédito