Serviço público de vistoria veicular está inoperante há uma semana

Governo transferiu vistorias realizadas pela Polícia Civil da Gameleira para a Cidade Administrativa, mas não preparou estrutura
Cinco pequenas escrivaninhas de metal enferrujado, dispostas em um dos mais distantes estacionamentos da Cidade Administrativa, e uma tenda de lona, que cobre uma das vagas para veículos. Esta foi a infraestrutura disponibilizada pelo Governo do Estado para que a equipe de vistoriadores de veículos da Polícia Civil realizasse o seu trabalho após a desativação das instalações no bairro da Gameleira, em Belo Horizonte.
Como resultado, há uma semana o serviço público de vistoria veicular está inoperante por absoluta falta de condições de realização do trabalho. Apenas continuam atendendo as empresas credenciadas de vistoria (ECVs), serviço terceirizado capaz de realizar vistorias mais simples e rotineiras.
Essa situação foi verificada nesta segunda-feira (12/5/25), durante fiscalização realizada pelo presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PL). Ele esteve no local da Cidade Administrativa onde deveria estar sendo executado o serviço de vistoria desde a transferência, no dia 5 de maio. Nesta terça-feira (13/5/25), a comissão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizará audiência pública para buscar uma solução para o problema.

Dep. Sargento Rodrigues
As condições oferecidas pelo Governo do Estado trazem mais do que um incômodo para a equipe que inclui 15 policiais vistoriadores, dois funcionários administrativos e dois trabalhadores de serviços gerais. Não há valeta coberta e iluminada para vistoria embaixo dos veículos, não há rede elétrica disponível ou rede de dados e não há abrigo da chuva ou do sol. Sem condições de trabalho, a equipe permanece ociosa no sexto andar de um dos edifícios da Cidade Administrativa.
Transferência da vistoria veicular causa suspensão do serviço em BHTV Assembleia
“É inadmissível o despreparo das pessoas que tomaram esse tipo de decisão. Amanhã nós iremos cobrar. Estamos lidando com segurança pública, porque veículo adulterado, chassi clonado, ou seja, veículo que já foi batido, acidentado, sinistrado, tudo isso tem que passar na mão da Polícia Civil. ECV não dá conta de fazer isso.”, criticou o deputado Sargento Rodrigues.
O deputado avaliou que o despreparo da mudança torna-se ainda mais evidente por ela ter sido determinada às vésperas de um feriado. A ordem para encerramento das atividades no bairro da Gameleira e transferência do serviço para a Cidade Administrativa partiu da Superintendência de Veículos da Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito, no dia 30 de abril.
A visita do parlamentar foi acompanhada pelo diretor executivo do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, Leonardo Anselmo Alves Dantas. Segundo ele, a Polícia Civil vinha realizando cerca de 300 vistorias especiais por dia antes de sair da Gameleira. Estas vistorias especiais são casos mais complicados, muitos deles repassados pelas próprias ECVs.
“É quando tem alguma pendência no veículo, um chassi adulterado, algum motor que não foi cadastrado devidamente, diversos casos do Brasil e até fora, né? E o número de apreensões sempre foi gigantesco em Minas Gerais”, explicou Leonardo Dantas.