Três projetos mineiros são finalistas do Prêmio Euro de Inovação na Saúde

Três projetos mineiros são finalistas do Prêmio Euro de Inovação na Saúde

Governador Zema parabeniza envolvidos e convida a comunidade médica a votar nas iniciativas do Estado e auxiliar nos avanços em pesquisa, ciência e inovação

Minas Gerais é destaque internacional em pesquisa, ciência e inovação. Três iniciativas do Estado são finalistas no Prêmio Euro de Inovação na Saúde, da Eurofarma: as vacinas mineiras SpiN-TEC, que previne a covid-19; a Calixcoca, solução terapêutica contra a dependência de cocaína e crack; e o tratamento fitoterápica para diabetes e obesidade. Todos os projetos receberam investimentos do Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O projeto vencedor vai receber 500 mil euros (cerca de R$ 2,680 milhões), recurso que pode ser investido no avanço da ciência no país. Os outros 11,  serão premiados com 50 mil euros. Inicialmente, foram inscritos mais de 700 trabalhos, provenientes de 17 países da América Latina, dos quais 12 foram selecionados para a etapa final.

Das três iniciativas mineiras selecionadas, duas são da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): SpiN-TEC, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), e Calixcoca, das faculdades de Medicina e de Farmácia. Já o projeto “Desenvolvimento de Fitoterápico para Tratamento de Diabetes Mellitus e Obesidade” é da Universidade de Uberaba (Uniube), no Triângulo Mineiro.

Motivo de orgulho

Segundo o governador Romeu Zema, o Estado ser reconhecido pela inovação científica é motivo de muito orgulho, principalmente por saber que a Fapemig apoiou todas essas iniciativas. “Ao todo, foram mais de R$ 31 milhões investidos pela Fapemig e pela Secretaria de Estado de Saúde. Parabenizo os pesquisadores envolvidos e convido a comunidade médica a votar nas iniciativas mineiras até o dia 3 de setembro, para a gente possa trazer ainda mais reconhecimento para o nosso Estado”, enfatizou.

O coordenador do CTVacinas, Ricardo Gazzinelli, reconheceu o importante investimento do Governo de Minas durante o período de pandemia de covid-19. “Esses recursos permitiram o desenvolvimento da vacina para covid-19 e, agora, essa premiação, seria uma importante forma de divulgar o nosso trabalho, um reconhecimento, e também um estímulo para a equipe nos trabalhos futuros”, salientou.

Caso a iniciativa do CTVacinas vença a premiação, os recursos podem ser investidos no desenvolvimento de outras vacinas órfãs de financiamentos robustos como a doença de Chagas, zica, dengue, leishimanisose e malária.

“O prêmio Euro é o reconhecimento internacional da excelência da pesquisa feita em Minas Gerais, pela UFMG, pela Fiocruz. Mostra a capacidade do Estado em gerar inovação na área de saúde, em gerar novas tecnologias”, afirmou o professor Helton Santiago, diretor do CTVacinas, coordenador dos testes clínico da SpiN-TEC e representante da vacina no Prêmio Euro, lembrando que a premiação é o reconhecimento de que em Minas se fechou todo o ecossistema para se desenvolver uma vacina, desde a concepção até os testes clínicos. “É algo inédito no país. Poucos lugares, dos países em desenvolvimento, tem essa capacidade. E o Brasil está chegando lá”, enfatizou.

A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, salientou que mais uma vez a Universidade é destaque internacional em pesquisa, ciência e inovação. “Agradeço às médicas e médicos que votaram na 1ª fase e pedimos, mais uma vez, que escolham as vacinas da UFMG, Calixcoca e SpiN-TEC”, disse, em postagem no Instagram.

Fitoterápico

A iniciativa apresentada pelo Uniube é desenvolvida há 18 anos. Segundo a professora do curso de Medicina da universidade, Fernanda Oliveira Magalhães, que coordena o projeto, a expectativa é garantir o primeiro fitoterápico para o tratamento de diabetes e obsidade. “Temos vários medicamentos para tratar diabetes, alguns para obesidade, mas não temos nenhum fitoterápico no mercado para tratar nem diabetes nem obesidade”, conta.

Atualmente, o projeto está concentrado no estudo de duas plantas: Phathymenia reticulada e o Nim. Até agora, foi observado nos estudos com animais que a primeira planta reduz a glicemia, enquanto a segunda controla o peso e aumenta a ingestão alimentar.

“Gratidão profunda ao Prêmio Euro e a todos os médicos que votaram. Peço aos colegas médicos que votem no Prêmio Destaque, porque pode viabilizar ainda mais o desenvolvimento desse fitoterápico, além de um excelente laboratório de pesquisa nessa área na universidade”, defende.

Votação on-line

A votação é restrita a médicos, com registro nos conselhos de medicina. Cada profissional pode votar em até três iniciativas de cada uma das categorias, o que totaliza até 12 votos. A votação, totalmente on-line, deve ser feita neste link.

CNVacinas

No final do ano passado, o Governo de Minas anunciou investimento de R$ 30 milhões para a construção do Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas), que será erguido em uma área de 4.400 metros no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), no bairro Engenho Nogueira. O aporte do projeto, que tem parceria da UFMG, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), será de R$ 80 milhões, sendo R$ 50 milhões do Governo Federal.

O CNVacinas vai acelerar o desenvolvimento de vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para doenças humanas e veterinárias, dentro do conceito de saúde única, contribuindo com o Sistema Único de Saúde (SUS) e o desenvolvimento socioeconômico do país.

O projeto do CNVacinas vai absorver e ampliar as atividades do CTVacinas da UFMG, responsável pelos testes da SpiN-TEC. Dará também independência tecnológica à produção de vacinas e testes de diagnósticos e apoiará grupos de pesquisa, instituições e empresas, por meio da capacitação de profissionais e da prestação de serviços.

Crédito imagens: CTVacinas e  Virgínia Muniz/CTVacinas