Produção de sabonetes artesanais apresenta novas perspectivas para adolescentes em cumprimento de semiliberdade em BH

Produção de sabonetes artesanais apresenta novas perspectivas para adolescentes em cumprimento de semiliberdade em BH
Curso de saboaria artesanal e aromatizantes, ministrado na Casa de Semiliberdade Planalto, gera possibilidade de renda para os socioeducandos

Jovens que cumprem medidas socioeducativas aplicadas pela Justiça estão aprendendo a produzir materiais de higiene pessoal, em um curso de saboaria artesanal e aromatizantes na Casa de Semiliberdade Planalto, instalada no bairro São Francisco, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

A capacitação traz reflexões sobre o mundo do trabalho e busca fortalecer o empreendedorismo, já que a fabricação de sabonetes pode se configurar em uma forma de o jovem gerar renda futuramente, comercializando kits para presentes, decoração de ambientes e outras possibilidades de produção.

Com conteúdos práticos e teóricos, os alunos são estimulados a criar novas formulações para a confecção dos sabonetes artesanais, orientados na escolha de insumos e utensílios e capacitados para calcular a precificação de seus produtos. Ao final, os participantes recebem um certificado de 20 horas/aula.

Desde o início do curso, em 2021, mais de 20 adolescentes já foram contemplados, sendo que alguns buscaram auxílio da equipe após as aulas para comprar os produtos e replicarem o aprendizado em casa, com o auxílio da família.

A intenção também é multiplicar a capacitação para os familiares interessados, dentro da unidade, que é gerida pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em parceria com o Instituto Jurídico para Efetivação da Cidadania e Saúde – Avante Social.

A atividade é ministrada pela socioeducadora da unidade, Patrícia Barcelos, que já fabricou e vendeu sabonetes. Ela viu que era possível multiplicar o seu conhecimento para os jovens, para que possam empreender no ramo, caso se interessem. “Já fazia o sabonete artesanal de argila e trouxe mais opções, como aveia e mel e aromatizador de ambiente. Queremos iniciar também com o sabonete líquido e o aromatizador de carro”, planeja Patrícia.

Sejusp / Divulgação

Para Edilton Rocha, diretor-geral da Casa de Semiliberdade Planalto, além de trazer uma qualificação profissional, o curso tem também um efeito terapêutico. “A forma como a Patrícia desenvolve tem um efeito lúdico, do aprender se divertindo, o que contribui para que haja uma boa adesão do grupo”, observa.

Cheiro de Afeto 

Em parceria com as oficinas de grafite e de incentivo aos estudos, os adolescentes desenvolveram a própria marca do projeto, que denominaram “Cheiro de Afeto”.

Em seu primeiro contato com a fabricação de sabonetes artesanais, Gustavo Pietro*, de 15 anos, conta que o curso lhe permite fazer planos. “Gostei muito. Recebemos certificado e dá para pensar numa profissão futura”, destacou.

Crédito (fotos): Sejusp / Divulgação