Serviço Geológico lança alerta de cheia e estiagem no rio São Francisco

Serviço Geológico lança alerta de cheia e estiagem no rio São Francisco
Régua linimétrica para medição do nível das águas, às margens do rio São Francisco

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), por meio do Departamento de Hidrologia (DEHID), da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), vai dar início, nesta sexta-feira, dia 17, à operação do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da bacia do Rio São Francisco, importante rio brasileiro que se situa nos estados de Minas Gerais. O lançamento será em uma transmissão ao vivo na TV CPRM no Youtube, dia 17/12, às 14h.

O sistema visa monitorar e gerar informações hidrológicas de qualidade, para subsidiar a tomada de decisões por parte dos órgãos relacionadas à mitigação dos impactos de eventos hidrológicos extremos.

De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), eventos extremos estão sendo mais frequentes devido às mudanças climáticas. Ao ajudar a mitigar os efeitos de cheias e estiagens, o SAH contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como os ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima) e 11 (Cidades e comunidades sustentáveis), além de fortalecer políticas públicas, como o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais.

O SAH São Francisco será operado com base nos dados coletados e transmitidos pelas estações telemétricas instaladas na bacia, em especial, na sua calha principal e de alguns afluentes. O sistema realiza, ainda, previsões dos níveis do rio para as cidades de Pirapora, Buritizeiro, São Romão e São Francisco, localizadas às margens do rio São Francisco, todas no estado de Minas Gerais.

Com os dados de cotas do rio e chuva, atualizados em tempo real, e com informações sobre a estimativa de chuvas previstas, os engenheiros hidrólogos do SGB-CPRM elaboram modelos de previsão, que envolvem cálculos hidrológicos e estatísticos, e são baseados em informações da série histórica das chuvas e dos níveis dos rios.

As informações geradas pelo SAH são enviadas com antecedência aos órgãos de Defesa Civil por meio de boletins de monitoramento e previsões, indicando em que nível as águas do rio podem chegar e em quanto tempo, a fim de que os bens e as pessoas de locais potencialmente inundáveis possam ser retirados. Os dados atualizados e os boletins ficam disponíveis no Portal Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE).

O SGB-CPRM já possui o SAH do rio das Velhas, que está na cabeceira do rio São Francisco. Agora, está ampliando o monitoramento com a operação na calha principal do rio São Francisco. “Os principais beneficiados serão as pessoas que moram nas margens dos rios, que costumam ser uma população mais vulnerável e com baixo poder aquisitivo”, destaca o engenheiro do SGB-CPRM, coordenador dos SAH, Artur Matos.

Os pesquisadores ressaltam, também, que o projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), por meio da operação da Rede Hidrometeorológica Nacional. “O projeto segue os passos executados nos outros Sistemas de Alertas, como o do Doce e Velhas”, acrescentou o engenheiro responsável pela operação do SAH São Francisco, Fernando Rego.

É da natureza dos rios, os períodos de cheia e de estiagem. Avaliar com antecedência a magnitude de cada um desses eventos é o objetivo do SAH. O funcionamento para o período de cheias para o ano hidrológico de 2021/2022 será finalizado em março de 2022 ou quando acabarem as chuvas. “Contudo, é um projeto contínuo, que será operado durante todo o ano, assim como os outros Sistemas de Alertas Hidrológicos”, conclui o especialista.

O SAH é uma medida não estrutural adotada com objetivo de reduzir os prejuízos decorrentes de cheias e inundações. Eles permitem que as comunidades e a Defesa Civil se preparem com antecedência, possibilitando a retirada de bens materiais e ajudando na redução de perdas de vidas, beneficiando mais de 7 milhões de pessoas. Os SAH implantados e operados pelo SGB-CPRM têm o apoio da ANA, através de aporte de recurso para operação das estações telemétricas que fazem parte da RHNR.

Legenda da foto em destaque: Conhecido por Velho Chico, o novo SAH vai acompanhar o comportamento de um dos mais importantes cursos de água do Brasil